28 de fevereiro - Dia Internacional de Prevenção das LER/DORT

Texto enviado por Elaine De Paula - fisioterapeuta

Esta síndrome é relatada desde 1700 quando Ramazzini - o Pai da Medicina do Trabalho - a descrevia como "doença dos escribas e notários". Mais tarde, no século XX, com a crescente industrialização e avanço da tecnologia, o problema se alastrou por vários países, sendo considerado  uma “epidemia dos tempos modernos”. No Brasil, os primeiros casos foram identificados em 1980, entre os digitadores, os quais conquistaram o reconhecimento por parte da Previdência Social, em 1987. Desde então, outras categorias profissionais têm sofrido com esta forma de adoecimento.  Atualmente, tornou-se um fenômeno social, devido a grande evolução do trabalho humano e às mudanças nas relações, ritmo e ambientes de trabalho.

O Anuário Estatístico da Previdência Social de 2007 aponta para números alarmantes referentes às maiores doenças incidentes e responsáveis por afastamentos do trabalho, segundo a Classificação Internacional de Doenças - CID, como por exemplo, o registro de 22.217 casos de "sinovites e tenossinovites" ou 50.706 casos de "dorsalgia" (dor nas costas).

Hoje, as LER/DORT já representam mais de 45% dos benefícios previdenciários concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, sendo consideradas um problema de saúde pública, por afastarem do trabalho, trabalhadores jovens, que estão no auge de sua capacidade produtiva e pelo ônus aos cofres públicos. A prevenção ainda é a melhor forma de combate a este tipo de patologia. A adoção de posturas e ritmos de trabalho mais adequados, com a modificação no ambiente e na organização do trabalho, em geral, são fundamentais. Para isto a informação e divulgação sobre este grupo de doenças e é de extrema importância.

Causadas pelo excesso e rapidez de movimentos, falta de pausas, manutenção de posturas incômodas por tempo prolongado, esforço físico intenso, fadiga mental excessiva, ambiente e organização do trabalho inadequados, as LER/DORT causam dores musculares, formigamento e fadiga, inicialmente de forma difusa e pouco intensa. Em estágios mais avançados, as dores intensificam-se, tornando-se contínuas. A fraqueza muscular, a dormência e o formigamento acentuam-se e a pessoa passa a ter dificuldades para realizar as tarefas do trabalho e as atividades da vida diária, como escovar os dentes, pentear os cabelos, vestir-se e até dormir, podendo evoluir para um quadro de depressão, muito comum em pacientes com doenças crônicas.

Quando existe uma suspeita deste distúrbio, é de fundamental importância o acompanhamento de um profissional, para a correta avaliação e tratamento do trabalhador, o mais precocemente possível, além do afastamento das causas da doença, para que seja possível sua completa recuperação, sem prejuízo de sua capacidade laboral e atividades de vida diárias.

O envolvimento dos meios de comunicação pode contribuir para diminuir estes números e mudar esta realidade, prevenindo estas doenças que causam dor, sofrimento e incapacidade física.

O objetivo deste evento é oferecer conhecimento sobre o assunto e conscientizar os trabalhadores para que possam prevenir este tipo de doença. Para isto, uma equipe multidisciplinar, que atua no CEREST (CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR DO MUNICÍPIO DE GUARULHOS), em parceria com os Sindicatos dos Químicos, dos Metalúrgicos, dos Trabalhadores da Administração Pública, dos Condutores e Confederação Nacional dos Trabalhadores Químicos, estará no local distribuindo material educativo e esclarecendo os transeuntes sobre as LER/DORT e Previdência Social.

Como se posicionar em frente ao computador (parte I)

As dicas a seguir são para as pessoas que passam horas e horas olhando para um monitor, abstraindo-se do mundo ao seu redor e, com certeza, esquecendo que sua cabeça só está ali parada porque tem um corpo a sustentando. E na maioria das vezes este corpo é obrigado a ficar em cada postura que é melhor nem comentar para não me estender muito no assunto.
Vale ressaltar que vou dar dicas básicas, não excluindo a necessidade de uma análise mais rigorosa do seu local de trabalho, como altura da mesa, altura da cadeira, tempo que você permanece em frente a máquina, organização, entre outros.
ü  MONITOR - Ajuste o monitor para que fique bem de frente aos seus olhos com o limite superior da tela na projeção horizontal dos seus olhos. Atenção aos reflexos provindos de luminárias e janelas. Procure eliminá-los!
ü  CADEIRA - Use uma cadeira ergonomicamente correta, ou seja, com espumas nem tão densas nem tão macias, com regulagens de altura do assento e no encosto. Se possível com apoio para os braços, evitando esforço excessivo da articulação dos ombros. A altura correta de sua cadeira é aquela em que seus cotovelos estejam na altura do tampo da mesa. Após este ajuste, caso seus pés não fiquem bem apoiados, providencie uma apoio para os pés.
ü  MESA DE TRABALHO – Atenção a altura de sua mesa. Ela deve ter um bom espaço para as pernas (evite colocar a CPU neste espaço), bordas arredondadas e um espaço considerável para o teclado, mouse e objetos de uso contínuo. Evite posicionar o teclado e o mouse distantes do corpo para não sobrecarregar os membros superiores. Os objetos de uso constante devem ser posicionados próximos. E, caso seu trabalho envolva leitura freqüente de texto ou consulta a documentos, arranje um suporte para documentos e coloque o texto o mais próximo possível do monitor, de forma que o deslocamento de pescoço seja pequeno.
OBS.: se você trabalha com notebook, providencie um apoio para o mesmo e um teclado e mouse externos, seguindo as mesmas dicas anteriores.
Em breve, dicas da sua postura, pausas e exercícios para aliviar a tensão...
Obrigado!