Sedentarismo e estresse aumentam chances de obter DORT


Bancários, jornalistas, secretárias, caixas, digitadores, operadores de telemarketing, profissionais da construção civil, setor industrial, linhas de produção, e tantas outras profissões que exigem movimentos repetitivos fiquem atentos!



Os distúrbios ósteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) vêm crescendo consideravelmente em todo o mundo. O resultado é o afastamento do trabalho. É comprovado que o sedentarismo e o estresse contribuem para o surgimento da doença. Uma pesquisa recente feita pelo Sindicato dos Bancários e Funcionários de São Paulo, Osasco e região apontou que 84% dos trabalhadores tiveram algum problema de saúde com frequência acima do normal e o estresse ocupou o primeiro lugar na lista (65%). O estresse profissional pode acelerar as lesões, porém, a postura inadequada e repetição sem pausas são os grandes vilões do aparecimento destes distúrbios.

Pessoas que trabalham sob pressão, que exercem uma única tarefa de forma repetitiva, a exemplo dos da linha de produção, trabalham por horas prolongadas de trabalho, com frequente realização de horas extras, que não fazem pausas, trabalham em locais frios, mal ventilados e com ruídos, ou que fazem uso de cadeirasmesas inadequadas são mais propícios a desenvolver DORT.

Devido à síndrome afetar diretamente o sistema músculo-esquelético, os sintomas aparecem com dor crônica, fadiga muscular e formigamento (parestesia) nos ombros e pescoço. Para evitar o surgimento da doença, as pessoas precisam se atentar à postura no trabalho, fazer pausas para se alongar, tomar cuidado com o tempo em que permanecem na atividade repetitiva. Além disso é fundamental fortalecer e alongar a musculatura fazendo atividade física regularmente.

Pesquisa revela que flexibilidade no trabalho pode trazer benefício à saúde

Fonte: UOL/Boa Saúde 

Uma revisão de estudos realizada pela Universidade de Durham, no Reino Unido, indica que pessoas que trabalham em empregos mais flexíveis - que permitem ao trabalhador maior controle sobre suas funções e horários - podem gozar de melhor bem estar físico e mental do que aqueles que têm menos controle sobre seu trabalho. Avaliando 10 estudos com um total de mais de 16,6 mil pessoas, os pesquisadores observaram que certas condições que dão certo controle para os trabalhadores, como a possibilidade de ter um horário de trabalho flexível e uma aposentadoria gradual, estavam associados a benefícios para a saúde - incluindo pressão sanguínea e ritmo cardíaco mais baixos, melhor qualidade de sono e menos fadiga.

De acordo com os especialistas, diversos estudos vêm mostrando a relação entre a "alta tensão do trabalho" - definida como a combinação de grandes exigências no trabalho com o pouco controle do trabalhador sobre suas funções - e maiores taxas de doença cardíaca, depressão e outras doenças. Apesar disso, os autores destacam que estudo não prova que agendas mais flexíveis no trabalho levam à melhor saúde, mas apoia a teoria de que "controle sobre o próprio trabalho é bom para a saúde". Os benefícios das ocupações mais flexíveis para a saúde ocorreriam por causa de seu menor nível de estresse, ou por oferecer mais tempo livre para os exercícios.

Entre os quatro estudos avaliados que davam ênfase às políticas de "auto-agendamento" que permitiam que os trabalhadores controlassem a rotação de suas horas de trabalho, três apresentaram benefícios para a saúde com essa prática. Em um deles, por exemplo, os resultados indicaram que os funcionários de uma companhia aérea que participaram dessa política tiveram redução de seis pontos na pressão sistólica após sete a oito meses, enquanto sua taxa cardíaca no descanso declinou em seis batimentos por minuto.

Além disso, outros dois estudos mostraram que os trabalhadores que têm a possibilidade de aposentadoria gradual ou parcial - em lugar de serem forçados a parar de trabalhar - relataram melhor bem estar emocional após um ano do que aqueles que tinham menos controle sobre sua aposentadoria.

Os pesquisadores destacam que ainda há uma grande lacuna em relação a esses estudos, o que aponta para a necessidade de desenvolvimento de testes randomizados controlados antes de se chegar a alguma conclusão sobre o assunto. "Os dados que temos são mais indicativos do que conclusivos", explicam os autores. Porém, eles recomendam que empregadores e políticos comecem a pensar em formas de tornar o trabalho mais flexível, com o objetivo de promover a saúde do funcionário.

Qualidade de vida no trabalho diminui absenteísmo

Os pesquisadores dinamarqueses Jaana Kuoppala e Anne Lamminpaa comandaram uma pesquisa publicada na revista Journal Occupational Medicine, que demonstrou os benefícios dos programas de ginástica laboral: redução de 22% nas faltas ao trabalho, aumento em 38% na motivação para exercer as atividades e redução de estresse em 40%.

Nos últimos 20 anos, cresceu progressivamente as Lesões por Esforços Repetitivos e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), que são um conjunto de síndromes (quadros clínicos, patologias, doenças) que atacam os nervos, músculos e tendões, juntos ou separadamente. A LER/DORT é resultado da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação. Tanto a utilização excessiva de determinados grupos musculares em movimentos repetitivos (digitação, por exemplo), como a permanência de determinados segmentos do corpo em uma mesma posição por período de tempo prolongado, podem ocasionar a sobrecarga que permite o aparecimento da doença. Fatores emocionais, também interferem de forma significativa no aparecimento da síndrome.

Programas de Ginástica Laboral têm sido implementados com grande freqüência nas empresas como um método de prevenção da LER/DORT, visando à promoção da saúde e à melhora das condições de trabalho. O Programa Regular de Ginástica Laboral é composto por exercícios físicos aplicados durante a jornada de trabalho, com duração de 10 a 15 minutos, que tem como objetivo compensar o esforço exigido pela atividade laboral. Assim, a ginástica laboral atua no sentido de criar as condições para que as estruturas corporais mantenham o equilíbrio necessário para a manutenção da saúde.

Benefícios
A ginástica laboral traz para os trabalhadores não apenas a redução do risco de adquirir LER/DORT, mas também ganhos como melhora no padrão postural e mobilidade articular, maior integração social e redução do nível de estresse. Durante as sessões aplicamos exercícios de alongamento, exercícios de fortalecimento com elásticos, fitas, entre outros aparatos que ajudam no pleno aproveitamento do movimento.
O investimento feito pelas empresas na contratação de programas de ginástica laboral é revertido, principalmente, em ganho de produtividade. As empresas também registram diminuição de custos de assistência médica, redução nos acidentes de trabalho e nas faltas dos colaboradores, além de estarem protegidas legalmente contra possíveis processos de empregados por LER/DORT. Outro ganho com o programa de ginástica laboral se relaciona com a imagem corporativa e o clima organizacional.